terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Brasil, um país de poucos!



 - Há alguns anos atrás, deparei-me com uma cena um tanto incomum para a realidade a qual vivia. Em pleno meu descanso noturno, em frente a televisão, me deparo com uma reportagem sobre o patriotismo norte-americano. Confesso que fiquei estarrecida com o que vi, o hino do Estados Unidos da América passa como uma música normal na programação das rádios, e como se não bastasse, grande parte da população ao escutá-lo impõem um respeito grandioso, parando muitas vezes o seus veículos e colocando a mão sobre o peito.

 Tomado por uma constante emoção, propus-me a pensar qual teria sido a última vez que cantei o hino de minha pátria com tanto respeito. Infelizmente, reparei que as inúmeras vezes que escuto-o estou mais ansiosa com o jogo que irá segui-lo, do que com o respeito à ele.  Mas confesso que não sou a pior nacionalista, na verdade amo meu país com todo o coração. Defendo-o com garra, e procuro lembrar a todos com quem converso dos pontos positivos que ele possui.
 Enfim, quatro anos se passam, tampouco ouvimos falar do Brasil mesmo morando aqui. Estamos mais preocupados com nossas vidas diárias baseadas em nosso joguinho da sexta-feira e no carnaval seguinte. Ora, sem hipocrisia! Somos conhecidos lá fora, como o país da mulher pelada e do futebol - não temos identidade própria, a ponto de que quando o nosso futebol perde uma copa do mundo é a mesma coisa de perdemos grande parte do que somos. Não é para menos, se para todos somos somente essas duas coisas.
 Durante a copa do mundo, cansamo-nos de observar milhares de pessoas com bandeiras do Brasil penduradas nas casas, carros, varandas e etc. Assim como, peças do vestuário, bijuterias e sandálias. O país fica totalmente verde e amarelo, da até uma certa emoção ver tanta gente promovendo seu ... ? É, não me vem outra palavra a cabeça, se não FUTEBOL! Não promovemos nosso país, de forma alguma... É tão certo que acaba-se o futebol e não vemos absolutamente ninguém com aquele orgulho em balançar a Bandeira Nacional.

Envergonha-me tanta hipocrisia, um falso nacionalismo gritante! 


quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Mais uma farsa!

E mais uma vez começa a novela mais esperada do ano.



 Sim, a sociedade em que vivemos valoriza mais o estranho que o próprio conhecido. Prova disso é a frequente ascensão dos reality shows nessa nossa televisão cada vez mais desprovida de conteúdo.
 Temos pais que não sabem ao menos o nome da professora de seus filhos, filhos esses que se quer sabem a idade dos pais.
Cada vez menos sabemos o que o outro pensa, como se porta em situações conflitantes, e muito menos quando precisa de um ombro amigo ou como se sente em relação a nós e a si próprio.
 É a famosa alegoria da caverna que se faz presente nesse mundo tão estranho. Alheios ao que nos é importante, damos atenção a coisas meramente ilustrativas, que só demonstram a futilidade de uma sociedade que ainda não cresceu.
 Perceba, o tal do BBB não passa de uma forma de alienação em massa, tal qual visa a manipulação, dissimulação e hipocrisia humana. Procuramos analisar cada aspecto do "próximo-distante" - aquela que tem as pernas muito feias, aquele que mente muito, a outra que só sabe rir... Somos tudo e nada do que vemos ali. 




 No verdadeiro show da vida, acordamos as 5 horas da manhã para trabalhar. Damos duro a cada hora suada, comemos o pouco que tem, de forma que esse pouco se torna muito aos olhos de quem luta para tê-lo. Ao final da semana, não temos festa garantida... Mas a companhia de amigos e familiares é essencial. Ao final de 3 meses, não temos a certeza de que concorremos a Milhões de reais, mas nos contentamos com uma fezinha na lotérica da esquina. Nossas provas de resistência são diárias, viver e ser feliz se tornou uma meta árdua mas gratificante, apesar do pouco que se tem. No final do dia, esquecemos de quem somos, e nos tornamos meros espectadores da falsa vida que 17 personagens tomam em um programa de TV.
  Ora, qual vida é essa? Aos olhos de milhões de pessoas, concorrendo a um prêmio e ainda tendo que se preocupar apenas em quem votar.  - Me desculpe, mas se essa é a realidade de milhões de brasileiros, não sou desse mundo!