quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Meu animal interior.





Já estava tarde, Zé Pestana não aparecera esta noite. No que se passava entre segundos e minutos, um turbilhão de pensamentos começaram a emergir do mar de minha imaginação. 

 Entre a imagem de lugares que poderia visitar, pessoas que poderia conhecer... Algo surge do emaranhado de pensamentos. Qual animal eu gostaria de ser!
 Toda criança já imaginou qual animal se parece mais com ela, eu mesmo já passei por situações assim. Mas algo era diferente, eu não estava querendo ver apenas o lado bom de ser um animal, mas queria analisar todas as conseqüências que aquela situação implicaria. Então comecei a pensar:

Então comecei a pensar em vários animais e em que essa escolha implicaria.

    Leão: é forte, poderoso. Em sua natureza machista, não há a necessidade de esforçar-se muito, afinal,  suas fêmeas fazem grande parte do trabalho duro. Sua imagem é imponente e seu rugido amedrontador. 


    Baleia: é... grande demais. Mas sua única preocupação é nadar, não sente frio extremo, come muito e só precisa pensar em qual lugar será a próxima temporada! Ah, isso sim que é vida.

   Borboleta: Apesar de pequena, voar livremente seria uma ótima opção. A preocupação maior seria achar um bom pólen para me alimentar...Mas pensando bem, não conseguiria ficar em um casulo sentindo meu corpo sofrer uma metamorfose radical! 

 ( ... )

  Tantas opções de animais me passaram pela cabeça naquela noite. Mas nenhum me agradava, ainda que não citado, a ideia do quão frágil é a vida desse animais me amedrontava. Aceito o famoso ciclo da vida, mas nada me fazia retirar da cabeça o quanto vulneráveis são esses animais, e como é fácil morrer. E então de súbito, eu percebo que - Não existe ser vivo no planeta que tenha mais facilidade em morrer do que o próprio Ser Humano. 
  Bombas nucleares, ódio por seu semelhante, esportes que transformam torcedores em selvagens, assassinatos, inveja, arrogância, prepotência, indiferença, falta de alteridade...
  Ah! Como somos tolos em imaginar que somos superiores aos outros seres vivos. Talvez não passamos de rascunho dessas criaturas que não precisam matar por puro egoísmo.

  Então eu percebo, meio triste mas fortalecida. Sou o animal que mais corre perigo dentre todos, e cada dia é uma batalha vencida!
  
  Meu animal interior é sim, aquele que mais me admira, apesar de seus infinitos defeitos, aquele que no final de tudo, vence a idéia de morrer com atitudes que vem do coração: o Homem





Fonte da imagem: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7ahK4jGMwqeWZL9DtttQQZTS1yLseyoQAzDfshw24_WBThbXQIz7TmutWwtb_CpMws6xRJ5AhPS2a2mAfpKWQ7gqt0WQpAXBxssfezCWUOqiQzJeseVZp2KzFKCa3l8CFgQQGM1T30ftI/s1600/Pack_of_Wolves_by_Shin_himatomora.jpg