Então é Natal...
Não, não é!
Olha, eu não queria quebrar o clima de ninguém, mas o fato é que o verdadeiro Natal já não existe a muito tempo.
Olha, eu não queria quebrar o clima de ninguém, mas o fato é que o verdadeiro Natal já não existe a muito tempo.
Veja só, hoje acordei e senti uma vontade enorme de gritar... não sei bem porque, mas esse clima de final de ano me deixa super animado. A você, não? Enfim... levantei-me para tomar o café do meio dia, como de costume a televisão foi minha companheira.
- É Natal, venha comemorar comprando produtos com um precinho Natalino!
- O presente ideal está na ...
- Nesse Natal não deixe de presentear quem você ama!
- Nesse Natal não deixe de presentear quem você ama!
Ora, já não me basta a precocidade do Natal, ainda tenho que aturar essa preconização mal-feita?!
'Como assim?' Você deve estar se perguntando.
O Natal, propriamente dito, acontece no dia 25 de Dezembro. Mas as árvores de Natal já têm seus lugares nos lares no mês de Outubro... Sem contar as lojas com sua publicidade apelativa, trazendo o Natal de Agosto.
Pobre Papai Noel... considero que até ele está preocupado com a renda. Eu tenho 2 filhos e já estou assustado com o preço dos brinquedos, imagine ele que tem todas as crianças do mundo para presentear.
É querido Saint Nicholas, as coisas não estão nada fáceis...
Até fiquei entusiasmado com o assunto do Pré-sal, o qual iria dar um UP na economia do país. E que no fim das contas é na minha "Pré-ssão" que está dando um UP.
Não quero desmerecer o Natal, afinal é realmente a época onde os sentimentos mais valorosos do ser humano ficam a flor da pele. Mas sinto que estão confundindo isso com CONSUMISMO.
Aquela velha idéia de carinho, dar e receber se tornou confusa. Na verdade, confuso é pouco.
- Me mato de trabalhar todos os dias, meu escritório fica a 10 minutos de casa, mas diante do trânsito, chego lá em 1 hora. Como se não bastasse, minha mulher ainda me liga dizendo:
- Me mato de trabalhar todos os dias, meu escritório fica a 10 minutos de casa, mas diante do trânsito, chego lá em 1 hora. Como se não bastasse, minha mulher ainda me liga dizendo:
- Traz um Chester, para fazermos no dia da ceia.
No mercado a fila é maior para pegar este bendito, do que para pagar o mesmo. Na hora de ver o preço. Santo Natal!!! Eu nunca vi esse bicho e ele me sai mais caro do que se cria-se uma galinha. Afinal, isso é ou não é uma galinha?
É caro amigo, as coisas já foram mais simples. Eu poderia deixá-lo refletindo sobre as coisas que disse... Mas 'é Natal' e eu quero deixá-lo com uma visão mais humilde dessa época, porém não menos bonita.
Olha, antigamente as coisas eram mais simples, mas não deixavam de ter seu mérito.
A casa de interior, onde a noite tudo se tornava breu, tinha seu brilho revelado, com os pisca-pisca pendurados na parede, fazendo curvas nos para-peito das janelas. Meu pai chegava cedo da pescaria, trazia pouco do que pescava, e já se preparava para a ceia. Não se arrumava, na verdade, ele já saia como louco atrás do peru que criara durante o ano todo. O pobre do peru parece que pressentia, e dava um trabalho admirável para o meu velho pai pega-lo. No final das contas, não ganhavamos muitos presentes, as vezes meu pai trazia uma bola para que todos os 10 irmãos pudessem desfrutar. O peru então era preparado pelas mãos majestosas de minha mãe. E meia noite em ponto, fazíamos uma oração, o cheiro do assado tomava conta, a vizinhança vinha para comemorar, uma música na vitrola e abraços de todos... era Natal...
- Feliz Natal !